- Na realidade não podia - disse Soames -, pois entrei pela porta lateral.
- Ah, isso é bom! Bom, fosse como fosse, foi isso que ele pensou. Deixe-me ver as três folhas. Impressões digitais... não! Bom, levou em primeiro lugar esta e copiou-a. Quanto tempo é que levaria a fazê-lo utilizando todas as abreviaturas possíveis? Um quarto de hora, não menos. Depois, atirou-o para o chão e pegou na folha seguinte. Estava a meio quando o seu regresso fez que ele batesse rapidamente em retirada... muito rapidamente, pois não teve tempo de voltar a arrumar os papéis que denunciariam a sua presença aqui. O senhor não ouviu passos apressados nas escadas ao passar a porta exterior?
- Não, não posso dizer que tenha ouvido.
- Bom, ele escreveu tão furiosamente que partiu o bico do lápis e teve, como o senhor viu, de o voltar a afiar. Isto é interessante, Watson. O lápis não era um lápis vulgar. Era maior que o habitual, com uma mina macia. Por fora era azul-escuro e o nome do fabricante estava escrito a letras prateadas e apenas resta um pedaço com cerca de três centímetros de comprimento. Procure um lápis que corresponda a esta descrição e apanhará o seu homem. Se eu acrescentar que ele possui um canivete muito grande e pouco afiado, isso será uma ajuda suplementar.
O Sr. Soames mostrou-se perturbado com este dilúvio de informações.
- Consigo perceber alguns pontos - disse - mas, francamente, o pormenor acerca do comprimento...
Holmes ergueu um fragmento com as letras NN e um espaço de madeira lisa a seguir.
- Está a ver?
- Não, mesmo assim lamento...
- Watson, sempre fui injusto consigo. Há outras coisas. Que é que estes NN poderão ser? É o fim de uma palavra.