O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 11: A Aventura do Avançado Desaparecido Pág. 282 / 363

Godfrey não gostava do velhote. Só em último caso é que recorreria a ele.

- Bom, não tarda que possamos determinar esse ponto. Se o seu amigo foi ter com o tio, Lorde Mount-James, temos então de explicar a visita do homem de aspecto grosseiro a uma hora tão tardia e a agitação que isso causou.

Cyril Overton levou as mãos à cabeça.

- Não consigo perceber nada disto - disse.

- Bom, hoje tenho o dia livre e terei todo o gosto em averiguar o que se passou - disse Holmes. - Recomendo-lhe vivamente que faça os seus preparativos para o jogo sem contar com a presença do jovem Godfrey. Como afirmou, só um motivo de força maior, uma necessidade avassaladora, o teria feito afastar nestas circunstâncias e esta mesma necessidade provavelmente impedirá o seu regresso. Vamos juntos ao hotel para ver se o porteiro pode dar novas informações sobre a questão.

Sherlock Holmes era perito na arte de pôr à vontade testemunhas de condição humilde e, passado pouco tempo, na privacidade do quarto que Godfrey Staunton abandonara, conseguiu que o porteiro lhe contasse tudo o que sabia. O visitante da noite anterior não era um cavalheiro e tão pouco um operário. Era simplesmente aquilo que o porteiro descrevia como sendo «um tipo de ar vulgar», um homem de uns Cinquenta anos, com barba grisalha, rosto pálido e vestido discretamente. Ele próprio parecia agitado. O porteiro notara que tinha as mãos a tremer quando lhe entregou o bilhete. Staunton tinha metido apressadamente o bilhete na algibeira. Não apertara a mão do homem no hall. Tinham ambos trocado algumas frases, das quais o porteiro apenas conseguiu ouvir a palavra «tempo». Depois, tinham saído apressadamente como já explicara.





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