Isso passou-se exactamente às dez e meia, pelo relógio di
hall de entrada.
- Deixe cá ver - disse Holmes, sentando-se na cama de Staunton. - O senhor é o porteiro de dia?
- Sim, senhor, saio de serviço às onze.
- O porteiro da noite não viu nada, creio?
- Não, senhor. Chegou um grupo vindo do teatro, já tarde. Mais ninguém.
- Ontem esteve durante todo o dia de serviço.
- Sim, senhor.
- Levou alguns recados ao Sr. Staunton?
- Sim senhor, um telegrama.
- Ah! Isso é interessante. A que horas foi isso.
- Por volta das seis.
- Onde é que estava o Sr. Staunton quando o recebeu?
- Aqui, no seu quarto.
- Estava presente quando ele o abriu.
- Sim, senhor. Esperei para ver se havia resposta.
- E houve?
-Sim, senhor, ele escreveu uma resposta ao telegrama.
- Foi o senhor que a levou?
- Não, ele próprio a levou.
- Mas escreveu-a na sua presença?
- Sim, senhor. Eu estava ao pé da porta e ele estava de costas para aquela mesa. Depois de escrever, disse: «Pronto, eu próprio levarei a resposta».
- Com que é que ele a escreveu?
- Com uma caneta, senhor.
- O impresso do telegrama era um destes que estão na mesa.
- Sim senhor, era o primeiro.
Holmes levantou-se. Pegando nos impressos, levou-os para Junto da janela e examinou cuidadosamente o que estava por cima.
- É pena que não tenha escrito com um lápis - disse, pondo os impressos de lado com um gesto impaciente. – Como, sem dúvida, já observou muitas vezes Watson, normalmente a impressão da escrita passa para o impresso de baixo... um facto que já desfez muitos casamentos felizes. No entanto, não encontro quaisquer marcas. Todavia, fico satisfeito por ele ter escrito com uma caneta de aparo largo e não duvido que encontraremos algumas impressões no mata-borrão.