- Desculpe - interrompeu Holmes -, quando é que teve lugar essa entrevista?
- Em Dezembro passado... há quatro meses.
- Por favor, continue.
- O Sr. Woodley pareceu-me ser uma pessoa odiosa. Não tirava os olhos de mim e era um homem grosseiro, de rosto inchado e avermelhado, bigode ruivo e com o cabelo empastado na cabeça. Achei-o absolutamente detestável... e tenho a certeza de que Cyril não gostaria que eu conhecesse uma pessoa daquelas.
- Ah, então ele chama-se Cyril! - disse Holmes, sorrindo. A jovem corou e riu-se.
- Sim. Sr. Holmes. Cyril Morton, engenheiro electrotécnico, e esperamos poder casar no final do Verão. Meu Deus, como é que e estou aqui a falar dele? O que eu queria dizer é que o Sr. Woodley era absolutamente odioso, mas que o Sr. Carruthers, um senhor mais velho, era uma pessoa extremamente agradável. Era um homem moreno, de rosto rapado e macilento, calado, mas tinha boas maneiras e um sorriso simpático. Perguntou qual era a nossa situação financeira e, ao saber que vivíamos mal, sugeriu que eu fosse ensinar música à sua única filha de dez anos. Eu respondi-lhe que não queria deixar a minha mãe sozinha, tendo ele sugerido então que eu fosse passar todos os fins-de-semana com ela. Ofereceu-me cem libras por ano, o que era uma óptima remuneração. Acabei por aceitar e fui para Chiltern Grange, a cerca de oito quilómetros de Farnham. O Sr. Carruthers era viúvo, mas contratara uma governanta, uma senhora extremamente respeitável de certa idade chamada Srª Dixon, para cuidar da sua casa. A criança era amorosa e a situação parecia-me prometedora. O Sr. Carruthers era muito bondoso e gostava muito de música e passámos serões extremamente agradáveis.
