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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 109
forçados a combater, contra vontade, arrastados pela loucura furiosa dos seus príncipes e chefes.

Se nenhum destes meios tiver o êxito pretendido, procuram semear a divisão e a discórdia entre os inimigos, por exemplo, provocando no irmão do príncipe ou em algum dos nobres a esperança de se apossar do reino.

Se isto também não resultar, provocam nos países vizinhos, um pretexto de inimizade e lançam-lhos à perna, com o pretenso motivo de um velho direito à coroa, direito de que os reis jamais carecem. Prometem-lhes o seu auxílio e dão-lhes dinheiro em abundância. Contudo enviam-lhes poucos ou nenhuns dos seus cidadãos, a quem têm demasiado amor e consideração para consentir em trocar um dos seus mesmo pelo príncipe inimigo.

O ouro e a prata, no entanto, despendem-nos livremente, pois para isso o reservam, como quem vivesse de igual modo, mesmo que tivessem de gastar até ao último centavo.

Além das riquezas que possuem na pátria, têm também um imenso tesouro no estrangeiro, visto serem credores de diversos países. Com esse dinheiro contratam soldados de todas as nações, principalmente do país dos Zapoletos, e enviam-nos para o combate.

Este povo situa-se a quinhentas milhas a leste da Utopia. São selvagens, bárbaros e ferozes, vivem nas florestas e montanhas, onde se criaram. São de natureza agreste, aptos a sofrer e suportar o calor, o frio e o trabalho. Detestam as delícias da vida e não utilizam a agricultura, as suas construções são rudes e grosseiras. O mesmo acontece com o seu vestuário. A única actividade a que se forçam é a pastorícia. Passam grande parte da sua existência na caça e na pilhagem.

Exclusivamente nascidos para a guerra, procuram avidamente todas as ocasiões de a ela se entregarem. E, quando o conseguem, sentem-se felizes. Saem em grandes

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51