O Triunfo dos Porcos - Cap. 9: CAPÍTULO IX Pág. 80 / 94

À noite, Quitéria permanecia a seu lado, conversando com ele, enquanto Benjamim afastava as moscas. Sansão afirmava não estar triste com o acontecido. Caso se recuperasse bem, poderia viver mais três anos, e já imaginava os dias tranquilos que passaria no rincão da pastagem. Seria a primeira vez que lhe sobraria tempo de folga para estudar e melhorar seus conhecimentos. Pretendia dedicar o resto de sua existência ao aprendizado das vinte e duas letras restantes do alfabeto.

Contudo, Benjamim e Quitéria só podiam estar a seu lado após as horas de trabalho, e foi durante o dia que o carroção veio buscá-lo. Os animais estavam na lavoura semeando nabos, sob a supervisão de um porco, e ficaram admirados ao verem Benjamim a galope, vindo da direção das casas da granja ao encontro deles, zurrando feito louco. Era a primeira vez na vida que viam Benjamim excitado - para falar a verdade era a primeira vez que alguém o via galopar.

- Depressa, depressa! - gritou. - Venham depressa! Estão levando Sansão! - Sem esperar ordens do porco, largaram o trabalho e correram de volta para as casas. Realmente, lá estava um carroção fechado, puxado por dois cavalos, com um letreiro no lado e um homem de chapéu-coco sentado na boleia. A baia de Sansão estava vazia.

Os bichos se apinharam ao redor do carroção.

- Até breve, Sansão! gritaram. - Até breve!

- Idiotas! Idiotas! - exclamou Benjamim corcoveando em volta deles e ferindo o chão com os cascos pequeninos. - Imbecis! Não vêem o que está escrito ali ao lado?

Isso fez calar os animais e ouviu-se um psss. Maricota começou a soletrar as palavras, mas Benjamim empurrou-a para um lado e leu em meio a grande silêncio:

- "Alfred Simmonds, Matadouro de Cavalos, Fabricante de Cola, Willingdon.





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