O Triunfo dos Porcos - Cap. 9: CAPÍTULO IX Pág. 79 / 94

- Sansão - chamou ela -, você está bem?

- É o meu pulmão - disse ele quase sem voz. - Não tem importância. Vocês terminarão o moinho sem mim. Já deixei bastante pedra aí, De qualquer maneira só me restava um mês de atividade. Para falar a verdade, tenho estado à espera desta hora. E, como Benjamim também está ficando velho talvez o deixem aposentar-se para me fazer companhia.

- Precisamos de socorro imediatamente - gritou Quitéria. - Alguém vá correndo Contar a Garganta o que aconteceu.

Os animais todos correram à casa-grande para dar a notícia a Garganta. Só ficaram Quitéria e Benjamim, que se deitou ao lado de Sansão e, sem dizer uma palavra, ficou a espantar-lhes as moscas com o rabo comprido. Mais ou menos um quarto de hora depois, Garganta apareceu, cheio de simpatia e preocupação. Disse que o Camarada Napoleão tomara conhecimento, abaladíssimo, do mal que sucedera a um dos trabalhadores mais leais da granja, e já estava tratando de enviar Sansão para tratar-se no hospital em Willingdon. Os animais sentiram certa inquietação (com exceção de Mimosa e Bola-de-Neve, nenhum deles jamais saíra da granja) e não gostaram da idéia de seu camarada ir parar nas mãos dos humanos. Entretanto Garganta os convenceu, facilmente, de que o cirurgião veterinário de Willingdon poderia tratar do caso de Sansão muito melhor do que eles, na granja. Cerca de meia hora mais tarde, quando Sansão já se recuperara um pouco, conseguiram pô-lo de pé e ele cambaleou de volta até a baia, onde Quitéria e Benjamim lhe haviam preparado uma boa cama de palha.

Durante os dois dias seguintes Sansão permaneceu na baia. Os porcos enviaram uma garrafa contendo um remédio cor-de-rosa, encontrado no armarinho do banheiro, e Quitéria servia-o a Sansão duas vezes ao dia, após as refeições.





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