Coisa má não era, com certeza, pois tinham-no espicaçado de longe, e o cavalo permanecia imóvel. Resolveram trazê-lo para a cidade. Puxa de aqui, empurra dali, veio o monstro até ao meio de vasta praça, e os Troianos, curiosos e indecisos, quedam-se a discutir, de volta dele, o destino que melhor convinha dar-lhe.
Uns queriam cortá-lo em pedaços; outros, alvitram que se transportasse a misteriosa avantesma para cima da muralha e de lá fosse precipitada para o fosso marginal; e ainda outros diziam que não era bom tocar-lhe, que deveria ser inviolável, que merecia oferecer-se e consagrar-se aos deuses, como dádiva capaz de apaziguá-los e de suscitar a sua protecção e auxílio.
Foi esta a opinião que prevaleceu. Todos a aceitaram, e regressaram ao trabalho e à luta deixando o cavalo sozinho no meio da praça. Assim que os chefes gregos, muito calados lá dentro, perceberam que não havia ninguém perto, abriram o postigo por onde tinham entrado, saíram um a um, do grande corcel de pau e espalharam-se pelos bairros e ruas de Tróia.