O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 5: A Aventura da Escola Priory Pág. 133 / 363

Uma marca larga é irregular cobria alguns metros do carreiro.

Depois, viam-se algumas pegadas e novamente as marcas dos pneus.

- Escorregou - sugeri.

Holmes pegou num ramo pisado de urze em flor. Vi com horror que as flores amarelas estavam manchadas de vermelho. Também no carreiro e na urze se viam manchas escuras de sangue coalhado.

-Mau! - disse Holmes. - Mau! Afaste-se, Watson! Nem mais um passo desnecessário! Que é que eu vejo aqui? Caiu ferido... levantou-se... voltou a montar a bicicleta... continuou a andar. Mas não há outras marcas. Passou gado deste lado do carreiro. Com certeza que não apanhou uma cornada de um touro? Impossível! Mas não vejo vestígios de mais ninguém. Temos de avançar, Watson. Agora com manchas de sangue para além das marcas dos pneus, ele não nos pode escapar.

A nossa busca não durou muito tempo. As marcas dos pneus começaram a descrever curvas fantásticas no carreiro molhado e brilhante. Subitamente, olhei em frente e chamou-me a atenção o brilho de metal no meio da urze espessa: Arrastámos do meio dos arbustos uma bicicleta, com pneus Palmer, com um dos pedais torto e com toda a parte dianteira completamente cheia de sangue. Do outro lado dos arbustos saía um sapato. Demos a volta e ali estava o desafortunado ciclista. Era um homem alto, com barba e óculos dos quais caíra uma das lentes. A causa da sua morte fora uma terrível pancada na cabeça que esmagou parte do crânio. O facto de ele ter conseguido prosseguir depois de sofrer tal pancada revelava a vitalidade e coragem do homem. Tinha sapatos calçados, mas estava sem meias e o casaco aberto mostrava que tinha roupa de dormir por baixo. Era, sem dúvida, o professor alemão.





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