- Está a tentar assustar-me. Não é uma atitude nada varonil, Sr. Holmes, vir aqui atemorizar uma mulher. O senhor afirma que sabe o que se passou. Que é que sabe?
- Peço-lhe que se sente, minha senhora. Magoar-se-á se cair. Só falarei quando se sentar. Obrigado.
- Concedo-lhe cinco minutos, Sr. Holmes.
- Um minuto basta, Lady Hilda. Sei da sua visita a Eduardo Lucas, sei que lhe entregou o documento, sei que recorreu a um engenhoso subterfúgio para voltar à casa dele ondem à noite e sei como tirou a carta do esconderijo debaixo da carpeta.
Lady Hilda olhou-o fixamente, terrivelmente pálida, e teve de engolir em seco por duas vezes antes de conseguir falar.
- O senhor está louco, Sr. Holmes... está louco! - exclamou finalmente.
Ele tirou um cartão pequeno da algibeira. Era o rosto de uma mulher recortado de uma fotografia.
- Trouxe isto por achar que talvez viesse a ser útil - disse ele.
- O polícia reconheceu-a.
Ela soltou uma exclamação abafada e encostou a cabeça à cadeira.
- Vamos, Lady Hilda. A senhora tem a carta. O problema ainda se pode resolver. Não tenho qualquer desejo de lhe causar problemas. O meu dever terminará quando devolver a carta perdida ao seu marido. Siga o meu conselho e seja franco comigo. É a sua última oportunidade.
A coragem dela era admirável. Nem naquelas circunstâncias admitia a derrota.
- Volto a dizer-lhe, Sr. Holmes, que o senhor está a laborar num erro absurdo.
Holmes levantou-se da cadeira.
- Tenho muita pena de si, Lady Hilda. Fiz tudo o que pude por si, mas agora vejo que foi tudo em vão.
Holmes tocou à campainha. O mordomo entrou.
- O Sr.