O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 358 / 363

Trelawney Hope está em casa?

- Chega à uma menos um quarto, senhor.

Holmes olhou para o relógio.

- Ainda falta um quarto de hora - disse. - Muito bem, esperarei.

Mal o mordomo fechou a porta, Lady Hilda lançou-se de joelhos aos pés de Holmes, de mãos estendidas, com o seu belo rosto voltado para ele e lavado em lágrimas.

- Poupe-me, Sr. Holmes! Poupe-me! - implorou, numa súplica arrebatada. Por amor de Deus, não lhe diga! Amo-o tanto! Nunca quis lançar uma sombra que fosse na sua vida e sei que isto destroçaria o seu nobre coração.

Holmes fez que Lady Hilda se levantasse.

- Minha senhora, dou graças por ter caído em si, mesmo tardiamente. Não há tempo a perder. Onde é que está a carta?

Ela correu para uma escrivaninha, abriu-a e tirou um longo sobrescrito azul.

- Aqui está, Sr. Holmes. Quisera Deus que eu nunca o tivesse visto na vida!

- Como é que o podemos devolver? - murmurou Holmes. Rápido, rápido, temos de pensar numa maneira! Onde é que está a caixa dos documentos?

- Ainda está no nosso quarto.

- Que golpe de sorte! Rápido, minha senhora, traga-a cá!

Instantes depois, ela voltou com uma caixa vermelha e baixa na mão.

- Como é que a abriu? Tem um duplicado da chave? Sim, claro que tem. Abra-a!

Lady Hilda tirou do decote uma pequena chave. A tampa da caixa abriu-se. Estava cheia de papéis. Holmes meteu o sobrescrito azul no meio destes, entre as folhas de um outro documento. Fecharam a caixa à chave e esta foi novamente levada para o quarto.

- Agora, já podemos falar com ele - disse Holmes. - Ainda temos dez minutos. Fui muito longe para a proteger, Lady Hilda. Em contrapartida, a senhora aproveitará o tempo de que ainda dispomos para me explicar francamente o significado deste extraordinário assunto.





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