A Utopia - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 58 / 133

Hoje, as casas são belas e elegantes, construídas por um processo interessante, com três andares. O exterior das paredes é coberto de pedra, gesso ou tijolo, e o seu interior é reforçado com vigas de madeira. Os telhados são planos, cobertos por uma substância muito barata, mas incombustível e quase indestrutível, defendendo-as do fogo e da inclemência do tempo. Protegem as janelas contra o vento por meio de vidraças, sendo o vidro muito utilizado em toda a ilha, ou então com um tecido de linho muito fino, embebido em azeite ou âmbar, que protege do vento deixando entrar a luz do dia.

Dos magistrados

Cada trinta famílias escolhem anualmente um magistrado, denominado na antiga língua do país «sifogrante», e na moderna «filarco».

Cada dez sifograntes, com as trezentas famílias que chefiam, obedecem a um magistrado, outrora chamado «traníboro» e agora denominado «protofilarco», Quando se trata da eleição do príncipe, todos os sifograntes, em número de duzentos, depois de prestarem juramento de elegerem o cidadão mais experiente e apto, proclamam príncipe, em escrutínio secreto, um dos quatro homens propostos anteriormente pelo povo. Cada uma das quatro secções da cidade elege um representante à eleição, para tomar lugar no conselho. O principado é vitalício, a menos que o príncipe seja deposto por suspeita de tentar instaurar a tirania. Os traníboros são nomeados todos os anos, mas quase nunca são substituídos. Os outros magistrados são também nomeados anualmente. De três em três dias, ou mais frequentemente, em caso de necessidade,





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