A Escrava Isaura - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 105 / 185

- De que diabo de jogo estás aí a falar?... nunca deixarás de ser maluco?... deixa-te de asneiras, e vamos ao lansquenê.

- Quem tem um jogo seguro como eu tenho, há de ir meter-se nos azares do lansquenê, que já me tem engolido bem boas patacas?... Nem tão tolo serei eu.

- Com mil diabos, Martinho!... então não te explicarás?... que maldito jogo é esse?...

- Ora, adivinhem lá... Não são capazes. uma bisca de estrondo. Se adivinharem, dou-lhes uma ceia esplêndida no melhor hotel desta cidade; bem entendido, se encartar a minha bisca.

- Dessa ceia estamos nós bem livres, pobre comedor de bacalhau ardido, e porque não é possível haver quem adivinhe as asneiras que passam lá por esses teus miolos extravagantes. O que queremos é o teu dinheiro aqui sobre a mesa do lansquenê.

- Ora, deixem-me em paz, - disse Martinho, com os olhos atentamente dirigidas para o salão de dança.

- Estou calculando o meu jogo... suponham que é o xadrez, e que eu vou dar xeque-mate à rainha... dito e feito, e os cinco contos são meus...

- Não há dúvida, o rapaz está doido varrido... Anda lá, Martinho; descobre o teu jogo, ou vai-te embora, e não nos estejas a maçar a paciência com tuas maluquices.

- Malucos são vocês. O meu jogo é este... mas quanto me dão para descobri-lo? olhem que é coisa curiosa.

- Queres-nos atiçar a curiosidade para nos chuchar alguns cobres, não é assim?... pois desta vez afianço-te da minha parte, que não arranjas nada. Vai-te aos diabos com o teu jogo, e deixa-nos cá com o nosso. As cartas, meus amigos, e deixemos o Martinho com suas maluquices.

- Com suas velhacarias, dirás tu... não me pilha.





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