- Sei aquilo que disse, nada mais.
- E acredita em mim? - perguntou ele então.
Ela quedou-se algum tempo silenciosa. Depois, de rosto tenso, os lábios crisparam-se-lhe, a boca contraiu-se.
- Não sei em que deva acreditar - disse.
- Estão aí fora? - perguntou então uma voz. Era Banford, chamando de dentro de casa. - Sim, íamos agora levar a lenha - respondeu ele.
- Pensei que se tivessem perdido - disse Banford, num tom algo desconsolado. - Despachem-se, fazem favor, para virem tomar o chá. A chaleira já está a ferver.
Curvando-se de imediato para pegar numa braçada de lenha, ele levou-a então para a cozinha, onde costumavam empilhá-la a um canto. March também ajudou, enchendo os braços de cavacos e transportando-os de encontro ao peito como se carregasse consigo uma criança pesada e gorda. A noite caíra entretanto, fria e húmida.
Depois de levarem toda a lenha para dentro, os dois limparam ruidosamente as botas na grade exterior, esfregando-as depois no tapete. March fechou então a porta e tirou o seu velho chapéu de feltro, o seu chapéu de fazendeira. O cabelo negro, encrespado e espesso, tombava-lhe, solto, sobre os ombros, contrastando com as faces pálidas e cansadas. Com um ar ausente, atirou distraidamente o cabelo para trás e foi lavar as mãos. Banford entrou apressadamente na cozinha mal iluminada a fim de ir buscar os scones' que deixara no forno a aquecer.
- Mas que diabo estiveram vocês a fazer até agora? - perguntou ela em tom azedo. Já pensava que nunca mais vinham. E há que tempos que você parou de serrar. Que estiveram vocês a fazer lá fora?
- Bem - disse Henry -, estivemos a tapar aquele buraco no celeiro para os ratos não entrarem.
- Ora essa! Mas eu vi-os no telheiro. Você estava de pé, em mangas de camisa - objectou Banford.