Naquele enorme aquartelamento, cheio de tendas e de barracões de madeira, não tinha a menor ideia de onde podia estar o seu capitão.
Porém, foi directo à cantina dos oficiais.
E lá estava o seu capitão, de pé, a falar com três outros oficiais. Henry ficou à porta, em rígida posição de sentido.
- Posso falar com o capitão Berryman? perguntou. Tal como ele, o capitão era natural da Cornualha.
- O que é que queres? - disse O capitão.
- Posso falar consigo, meu capitão?
- O que é que queres? - voltou a dizer o capitão, sem se mexer de onde estava, imóvel junto ao grupo dos seus camaradas.
Henry olhou o seu superior por alguns instantes sem dizer palavra.
- Não ma vai recusar, pois não, meu capitão? - perguntou então em tom de séria gravidade.
- Depende daquilo que for.
- Posso ter uma licença de vinte e quatro horas?
- Não, nem sequer tens direito a pedi-la.
- Eu sei que não, mas tenho de lha pedir.
- Pois bem, já tiveste a tua resposta.
- Por favor, não me mande embora, meu capitão.
Havia qualquer coisa de estranho naquele rapaz que ali estava à porta, tão rígido e insistente. E aquele capitão da Cornualha sentiu de imediato essa estranheza, fitando-o então com aguda curiosidade.
- Porquê, qual é a pressa? - perguntou ele, interessado.
- Estou a braços com um problema pessoal. Tenho de ir a Blewbury - respondeu o rapaz.
- Blewbury, hem? Alguma rapariga, é?
- Sim, é uma mulher, meu capitão. - E o rapaz, enquanto ali estava de pé, com cabeça ligeiramente inclinada para a frente, tornou-se de súbito terrivelmente pálido, quase lívido, um intenso sofrimento estampado nos lábios cerrados, violáceos. Vendo isto, também o capitão se sentiu empalidecer, voltando-lhe então as costas.