- Bom, então vai lá - disse. - Mas, por amor de Deus, não te metas em barulhos nem me arranjes problemas, hem?
- Pode estar descansado, meu capitão. Muito obrigado.
Dito isto, saiu porta fora. O capitão, com um ar preocupado, tomou um gin com absinto. Henry conseguiu alugar uma bicicleta. Era meio-dia quando deixou o aquartelamento. Tinha de percorrer sessenta milhas por uma série de atalhos ensopados e lamacentos, mas, sem sequer pensar em comer, saltou para o selim e pôs-se imediatamente a caminho.
Na quinta, March dedicava-se a um trabalho que já em tempos tivera entre mãos. Um grupo de abetos escoceses erguia-se junto à extremidade do telheiro, sobre um pequeno talude por onde passava a vedação, serpenteando entre dois prados cobertos de urzes e tojo. A mais distante destas árvores estava morta. Morrera no Verão e para ali ficara com os seus ramos secos cheios de agulhas acastanhadas e murchas, erguendo-se no ar qual cadáver adiado. Não era uma árvore muito grande, além de que não havia dúvidas de que estava morta e bem morta. Assim, March decidira abatê-la, ainda que não estivessem autorizadas a cortar quaisquer árvores. Mas a verdade é que, naqueles tempos de falta de combustível, daria uma esplêndida lenha para alimentar a lareira.
Há já uma semana ou mais que ela andava a dar alguns golpes furtivos no tronco, desbastando-o de quando em vez à machadada durante uns cinco minutos, sempre junto à base e muito perto do solo, a fim de que ninguém notasse. Não tentara com a serra porque isso era um trabalho demasiado pesado para si. A árvore erguia-se agora com um profundo lanho na base do tronco, toda inclinada como que prestes a desabar, presa apenas por algum nó mais forte. Contudo, recusava-se a cair.