À Memória do Presidente-rei Sidónio Pais - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 7 / 15

P’ra que deu Deus a confiança

A quem não ia dar o bem?

Morgado da nossa esperança,

A Morte o tem!

* * *

Mas basta o nome e basta a gloria

Para elle estar comnosco, e ser

Carnal presença de memoria

A amanhecer;

* * *

Spectro real feito de nós,

Da nossa saudade e ansia,

Que falla com oculta voz

Na alma, a distancia;

* * *

E a nossa própria dor se torna

Uma vaga ansia um ‘sperar vago,

Como a erma brisa que transtorna

Um ermo lago.

* * *

Não mente alma ao coração.

Se Deus o deu, Deus nos amou.

Porque elle pôde ser, Deus não

Nos desprezou.





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