Rei-nato, a sua realeza,
Por não podel-a herdar dos seus
Avós, com mystica inteireza
A herdou de Deus;
* * *
E, por directa consonância
Com a divina intervenção,
Uma hora ergueu-nos alta a ansia
De salvação
* * *
Toldou-o a Sorte que o trouxera
Outra vez com nocturno véu.
Deus p’ra que nol-o deu, se era
P’ra o tornar seu?
* * *
Ah, tenhamos mais fé que a esp’rança!
Mais vivo que nós somos, fita
Do Abysmo onde não há mudança
A terra afflicta.
* * *
E se assim é; se, desde o Assombro
Aonde a Morte as vidas leva,
Vê esta pátria, escombro a escombro,
Cahir na treva;