- Adeus - disse o português, apressando-se para chegar à porta quando Eugène entrou num pequeno salão elegante, cinza e rosa, onde o luxo era apenas pura elegância.
- Mas até logo à noite - disse a senhora de Beauséant virando a cabeça e deitando um olhar ao marquês. - Não vamos ao Teatro?
- Não posso - disse, pegando na maçaneta da porta.
A senhora de Beauséant levantou-se, chamou-o para junto dela, sem prestar a mínima atenção a Eugène, que, de pé, tonto com o cintilar de uma riqueza maravilhosa, acreditava na realidade dos contos árabes e não sabia onde se meter, encontrando-se na presença dessa mulher sem dela ser notado. A viscondessa tinha levantado o indicativo da mão direita e com um belo movimento designava ao marquês um lugar para se sentar em frente dela. Houve nesse gesto um tão violento despotismo de paixão que o marquês largou a maçaneta da porta e veio. Eugène mirava-o não sem sentir uma certa inveja.
«Aqui está», pensou ele «o