O capitão olhou para o relógio da casa do leme.
Atarraxado à antepara, era uma face branca onde os ponteiros pretos pareciam completamente imóveis. Era uma hora e meia da manhã.
- Outro dia - murmurou para consigo.
O segundo-piloto ouviu-o e, levantando a cabeça como um homem a carpir-se no meio de ruínas, exclamou:
- Não o verá nascer. - Viam-se-lhe os pulsos e os joelhos tremer violentamente. - Não, caramba! Não verá...
Tomou a enterrar a cabeça entre os punhos.
O corpo do timoneiro tinha-se movido ligeiramente, mas a cabeça não se mexeu no pescoço - como uma cabeça de pedra fixada num pedestal para olhar num único sentido. Durante um balanço que por pouco o ia fazendo perder o pé, e no meio do movimento incerto para se equilibrar, o capitão MacWhirr disse austeramente:
- Não dê ouvidos ao que esse homem está a dizer. E depois, com uma indefinível mudança de tom, muito grave, acrescentou:
- Ele não está de serviço.