Fiquei desesperado até subitamente ter a feliz lembrança de que o senhor se encontrava cá e vim imediatamente pôr o caso nas suas mãos. Por favor, Sr. Holmes, ajude-me. Compreenda o meu dilema. Ou encontro quem fez isto, ou o exame tem de ser adiado e novas provas elaboradas, e como isto não pode ser feito sem dar uma explicação, dar-se-á um tremendo escândalo que lançará uma sombra não só sobre a Faculdade como também sobre a Universidade. Acima de tudo, desejo resolver a questão calma e discretamente.
- Terei todo o prazer em dar-lhe os conselhos que estiverem ao meu alcance - disse Holmes, vestindo o sobretudo. - O caso não é totalmente destituído de interesse. Alguém o foi visitar aos seus aposentos depois de ter na sua posse os papéis do exame?
- Sim, o jovem Daulat Ras, um aluno indiano que vive no mesmo andar que eu, veio perguntar-me alguns pormenores sobre o exame.
- Ao qual se candidatou?
- Sim.
- E os papéis estavam em cima da sua secretária?
- Se bem me recordo, estavam enrolados.
- Mas podiam ser identificados como sendo provas tipográficas?
- Possivelmente.
- Não foi mais ninguém à sala?
- Não.
- Alguém sabia que as provas tipográficas estariam lá?
- Ninguém, a não ser o tipógrafo.
- O seu criado, Bannister, sabia?
- Não, claro que não. Ninguém sabia.
- Onde é que está Bannister, neste momento?
- Está doente, o pobre homem. Deixei-o prostrado numa cadeira. Apressei-me a vir ter consigo.
- Deixou a porta aberta?
- Primeiro, fechei à chave os papéis.
- Então, tudo se resume no seguinte, Sr. Soames: a menos que o estudante indiano tenha reconhecido o rolo como sendo as provas tipográficas, o homem que mexeu nos papéis descobriu-os acidentalmente, sem saber que lá estavam.
