O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 9: A Aventura dos Três Estudantes Pág. 231 / 363

No entanto, ele negou-o com tanta firmeza que estou convencido de que falava verdade. A alternativa era alguém ao passar ter visto a chave na porta e, sabendo que eu me ausentara, ter entrado para examinar os papéis. Está em jogo uma grande quantidade de dinheiro, pois a bolsa de estudo é substancial, e um aluno sem escrúpulos podia bem decidir correr esse risco a fim de estar em vantagem face aos seus colegas.

»Bannister ficou muito perturbado com o incidente. Quase desmaiou quando descobrimos que, indubitavelmente, alguém remexera os papéis. Dei-lhe um pouco de brande e deixei-o prostrado numa cadeira enquanto examinei a sala de uma forma extremamente cuidadosa. Depressa percebi que o intruso tinha deixado outros vestígios da sua presença para além dos papéis remexidos. Numa mesa junto à janela estavam várias aparas de um lápis que fora afiado. Também lá estava um bico partido. Era evidente que o patife copiara o texto apressadamente, partira o bico do lápis e vira-se forçado a afiá-lo.

- Excelente! - disse Holmes, que começava a recuperar o seu bom humor à medida que a sua atenção aumentava em relação ao caso. - A sorte favoreceu-o.

- Mas não é tudo. Tenho uma mesa nova, com o tampo de fino couro vermelho. Estou pronto a jurar, e Bannister também, que estava liso e sem marcas. Agora encontrei um corte com cerca de dez centímetros... não um arranhão, mas um corte bem definido. Para além disso, em cima da mesa encontrei uma pequena bola de massa ou de barro, com partículas de qualquer coisa que parece serradura. Estou convencido de que estas marcas foram feitas pela pessoa que revistou os meus papéis. Não há quaisquer pegadas, ou outros indícios da sua identidade.





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