O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 9: A Aventura dos Três Estudantes Pág. 244 / 363

A expressão do homem assumiu uma firme disposição de desafio.

- Não havia homem nenhum, senhor.

- Então, então, Bannister.

- Não, senhor, não havia ninguém.

- Nesse caso, não nos poderá dar quaisquer outras informações. Importa-se de ficar na sala? Vá para junto da porta do quarto. Agora, Soames, vou pedir-lhe que me faça o favor de ir ao quarto do Jovem Gilchrist e que lhe diga para vir aqui ao seu escritório.

Instantes depois, o professor regressou trazendo com ele o estudante. Era um homem com uma bela figura, alto, magro e ágil, com um andar ginasticado, um rosto agradável e de expressão franca. Os seus olhos azuis, com uma expressão de perturbação, olharam para cada um de nós e finalmente fixaram-se, mostrando total desalento, em Bannister, que estava ao longe, no canto.

- Por favor feche a porta - disse Holmes. - Agora, Sr. Gilchrist, estamos apenas nós aqui e ninguém precisa de saber o que aqui for dito. Podemos ser absolutamente francos um com o outro. Queremos saber, Sr. Gilchrist, como é que o senhor, um homem honrado, veio a cometer uma acção como a de ontem?

O infeliz jovem recuou, a cambalear, e olhou Bannister com uma expressão de profundo horror e admoestação.

- Não, não, Sr. Gilchrist, eu não disse absolutamente nada... nem uma palavra! - exclamou o criado.

- Mas acabou de o fazer - disse Holmes. - Bom, o senhor deve aperceber-se de que, depois das palavras de Bannister, a sua posição é insustentável e que a sua única hipótese é confessar francamente o que fez.

Por instantes, Gilchrist, que erguera uma mão, tentou controlar as suas feições, que se contorciam terrivelmente. De repente, lançou-se de joelhos junto à mesa e, escondendo a cara nas mãos, desatou a soluçar incontrolavelmente.





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