O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 9: A Aventura dos Três Estudantes Pág. 245 / 363

- Pronto, pronto - disse Holmes num tom bondoso -, é humano errar e pelo menos ninguém o pode acusar de ser um criminoso calejado. Talvez seja mais fácil para si eu contar ao Sr. Soames o que é que aconteceu, e o senhor poderá corrigir-me se me enganar. Quer que o faça? Bom, não se incomode a responder. Ouça e verá que não serei injusto consigo.

»A partir do momento em que o senhor, Sr. Soames, me disse que ninguém, nem sequer o Bannister, podia saber que os papéis estavam no seu escritório, o caso começou a tomar uma forma definitiva no meu espírito. Podia, obviamente, excluir o tipógrafo. Ele podia examinar os documentos no seu próprio escritório. Também não me incomodei com o indiano. Se as provas tipográficas estavam num rolo, ele não tinha forma de saber o que eram. Por outro lado, pareceu-me uma inconcebível coincidência alguém ousar entrar na sala e, por acaso, ser nesse mesmo dia que os papéis estavam em cima da secretária. Eliminei essa possibilidade. O homem que aqui entrou sabia que os papéis estavam cá. Como é que ele sabia?

»Quando fui ao seu quarto, examinei a janela. O senhor divertiu-me ao supor que eu estava a estudar a possibilidade de alguém ter entrado em pleno dia, podendo ser visto de qualquer das janelas da ala em frente, forçando a janela. Tal ideia era absurda. Eu estava a medir a altura que um homem precisava de ter para ver, ao passar, os papéis que estavam na mesa do centro. Eu tenho um metro e oitenta e tive de me esforçar para ver. Ninguém mais baixo que eu teria hipótese de o fazer. Já vê que eu tinha razões para pensar que, se um dos seus alunos fosse um homem invulgarmente alto, era esse aluno quem valia a pena observar entre os três.





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