- Falar de quê?
- Conhece-o, não é verdade?
- É meu amigo íntimo.
- Sabe que ele desapareceu?
- Ah!, sim. - A expressão nas feições vincadas do médico não se alterou.
- Abandonou o hotel ontem à noite... não se voltou a saber dele.
- Sem dúvida que regressará.
- Amanhã é o jogo de rugby da Universidade.
- Não tenho qualquer simpatia por esses jogos infantis. O destino desse jovem interessa-me muito mais, pois conheço-o e gosto dele. O jogo de rugby não está, de todo, no meu horizonte de preocupações.
- Então, invoco o seu interesse pelas minhas investigações quanto ao destino do Sr. Staunton. Sabe onde é que ele está?
- Claro que não.
- Não o viu desde ontem?
- Não, não vi.
- O Sr. Staunton era um homem saudável?
- Absolutamente.
- Alguma vez o viu doente?
- Nunca.
Holmes pôs um papel à frente do médico.
- Então, talvez possa explicar este recibo de treze guinéus, pagos pelo Sr. Godfrey Staunton, no mês passado ao dr. Leslie Armstrong, de Carnbridge. Tirei-o do meio dos papéis que estavam em cima da secretária do Sr. Staunton.
O médico ficou corado de indignação.
- Não vejo qualquer razão para lhe dar uma explicação. Sr. Holmes.
Holmes voltou a meter o recibo na carteira.
- Se prefere uma explicação pública, esta mais tarde ou mais cedo acabará por ser dada - disse. - Já lhe disse que posso abafar aquilo que outros certamente revelarão publicamente e seria muito mais sensato se me contasse toda a verdade.
- Não sei nada acerca disso.
- O Sr. Staunton contactou consigo enquanto esteve em Londres?
- De maneira nenhuma.