O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 66 / 363

Ela está a definhar... está a definhar à frente dos meus olhos.

- Ela já lhe disse alguma coisa?

- Não, Sr. Holmes, não disse. E, no entanto, alturas houve em que a pobre rapariga quis falar mas não conseguiu, contudo, ganhar coragem para o fazer. Tentei ajudá-la, mas provavelmente fi-lo de uma forma desajeitada e acabei por levá-la a calar-se. Falou-me da minha antiga família, da nossa reputação no distrito e no nosso orgulho na nossa honra imaculada, e eu senti sempre que ela me queria falar no problema que a aflige, mas a conversa acabava por se desviar do assunto.

- Mas o senhor descobriu alguma coisa?

- Muitas coisas, Sr. Holmes. Tenho várias séries de figuras de dançarinos para o senhor examinar e, o que é mais importante, é que já vi o tipo.

- Quê? O homem que os desenha?

- Sim, vi-o a desenhar. Mas contar-lhe-ei tudo pela ordem dos acontecimentos. Quando regressei, depois de o ter visitado, a primeira coisa que vi na manhã seguinte foi uma nova série de figuras de dançarinos. Tinha sido desenhada a giz na porta de madeira preta do barracão das ferramentas que fica junto do relvado e que se vê claramente das janelas da frente. Fiz uma cópia exacta, que tenho aqui. - Desdobrou um papel e colocou-o em cima da mesa. Esta é a cópia dos hieróglifos:

- Excelente - disse Holmes. - Excelente! Por favor, continue.

- Depois de copiar as figuras, apaguei as marcas do giz mas, daí a dois dias, de manhã, apareceu nova inscrição. Tenho também aqui uma cópia.


-->