O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 78 / 363

- Não acha que poderão ter sido dois disparos feitos quase ao mesmo tempo?

- Não posso dizer.

- Creio que foi sem dúvida isso mesmo. Inspector Martin, penso que esgotámos todas as indicações que esta sala nos pode dar. Se não se importar de ir lá fora comigo, veremos que novas provas é o jardim que nos dará.

Por debaixo da janela do escritório passava um canteiro e todos nós soltámos exclamações de surpresa ao aproximarmo-nos. As flores estavam todas pisadas e a terra mole estava cheia de pegadas. Holmes procurou no meio da relva e das folhas como um cão de caça atrás de uma ave ferida. Depois, com uma exclamação de satisfação, inclinou-se para a frente e apanhou um pequeno cilindro metálico.

- Era o que eu pensava! - disse - O revólver tinha um ejector e aqui está a terceira bala. Creio bem, inspector Martin, que o nosso caso está quase terminado.

O rosto do inspector de província mostrava um intenso espanto pelos rápidos e eficazes progressos da investigação de Holmes. Inicialmente, mostrara uma certa tendência para afirmar a sua própria posição, mas agora estava rendido à admiração que sentia e pronto a fazer, sem qualquer reserva, tudo o que Holmes dissesse.

- De quem é que suspeita? - perguntou.

- Isso fica para mais tarde. Há várias questões neste problema que ainda não consegui explicar. Como já cheguei a este ponto, é melhor continuar de acordo com os meus métodos e depois esclarecer todo o assunto de uma vez para sempre.

- Como queira, Sr. Holmes, desde que apanhemos o nosso homem.

- Não é meu desejo fazer mistérios, mas no momento de acção é impossível entrar em longas e complexas explicações. Tenho os fios desta meada nas mãos.