A Escrava Isaura - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 78 / 185

Entrava nesse momento na ante-sala uma jovem e formosa dama pelo braço de um homem de idade madura e de respeitável presença.

- Boa noite, senhor Anselmo!... boa noite, D. Elvira!... felizmente ei-los aqui! - isto dizia Álvaro aos recém-chegados, separando-se de seus amigos, e apressurando-se para cumprimentar a aqueles com toda a amabilidade e cortesia.

Depois oferecendo um braço a Elvira e outro ao senhor Anselmo, os vai conduzindo para as salas interiores, por onde já turbilhona a mais numerosa e brilhante sociedade. Os três interlocutores de Álvaro, bem como muitas outras pessoas, que por ali se achavam, puseram-se em ala para verem passar Elvira, cuja presença causava sensação e murmurinho, mesmo entre os que não estavam prevenidos.

- Com efeito!... é de uma beleza deslumbrante! Que porte de rainha!...

- Que olhos de andaluza!...

- Que magníficos cabelos!

- E o colo!... que colo!... não reparaste?...

- E como se traja com tão elegante simplicidade! - assim murmuravam entre si os três cavalheiros como impressionados por uma aparição celeste.

- E não reparaste, - acrescentou o Dr. Geraldo, - naquele feiticeiro sinalzinho, que tem na face direita?... Álvaro tem razão; a sua fada vai eclipsar todas as belezas do salão. E tem de mais a mais a vantagem da novidade, e esse prestígio do mistério, que a envolve. Estou ardendo de impaciência por lhe ser apresentado; desejo admirá-la mais de espaço.

Neste tom continuaram a conversar, até que, passados alguns minutos, Álvaro, tendo cumprido a grata comissão de apresentador daquela nova pérola dos salões, estava de novo entre eles.

- Meus amigos, - disse-lhes ele com ar triunfante. - convido-os para o salão.





Os capítulos deste livro