Maria Moisés - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 30 / 86

Dizia ela que os canudos continham ossos das sete irmãs santas naturais de Basto, de S. Cucufate de Braga, de S. Pascásio, bracarense também, e de S. Rosendo, do Porto, cidade que ainda não deu outro santo, nem promete. E, exibidas as relíquias, acrescentou:

– Preciso ficar sozinha com a doente, e vossemecê enquanto eu lá estiver não me corte o ar, entende?

– Olhe que eu não sei o que vossemecê diz, santinha, lá disso de cortar o ar, salvo seja.

– Não abra a porta do quarto em que a tolhida estiver comigo, percebe agora?

– Ah! Quanté isso, vá descansada. Feche-se por dentro no sobrado, que ninguém lá vai. Venha daí com Deus.

E, encaminhando a suposta benzedeira ao sobrado alto em que estava a filha, entrou com ela e disse a Josefa:

– Aqui te trago a saúde, rapariga! Mal haja quem te meteu no corpo o feitiço! Tantos diabos o levem...

– Credo! Credo! – atalhou a benzedeira. – Vá vossemecê rezar sete salve-rainhas, e não fale no berzabum. Nada de chamar quem está quedo.

 





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