Maria Moisés - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 46 / 86

– Olha que isto é marosca, mana!...

– Marosca?

– Sim. Deixemo-nos de tretas... A criança é filha do mano Teotónio.

– Credo! Tu que dizes, mana Tibúrcia? O mano doutor não mandava atirar ao rio a criança...

– Isso sei eu; mas arranjava esta comédia com o caseiro. O Bragadas vem ensaiado por ele, e talvez pelo cónego.

– Eu sei! – duvidou a outra. – O mano Teotónio não precisava de estar com estas endróminas... E quem há-de ser a mãe?

– Faltam elas por aí...

– É necessário – disse o cónego Botelho – baptizar a criança amanhã, que não vá ela morrer, que é o mais natural. Madrinha há-de ser uma de vossas senhorias, minhas senhoras; padrinho há-de ser o senhor desembargador.

– Prontamente! – anuiu o doutor Teotónio.

– Vês? Não é ele o pai – disse D. Maria Filipa à irmã a meia voz.

– Será ele o cónego? – redarguiu D. Maria Tibúrcia.

– Não sejas má língua! – Olha quem! Coitado do homem...





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