Afirmei então ao meu marido que viveria com ele até se gastar todo o meu dinheiro, sem consentir que gastasse um único xelim do seu. Brigámos um pouco, amigavelmente, a este respeito, mas disse-lhe que, como seria, quiçá, a última vez que gozaria a sua companhia, desejava que me permitisse mandar apenas naquele pormenor, enquanto ele mandaria em tudo o mais, e acabou por aquiescer.
Uma tarde, ao passearmos pelo campo, resolvi apresentar-lhe a tal pro- posta de que lhe falara e contei-lhe que vivera na Virgínia, onde supunha que a minha mãe continuava viva e onde o meu marido morrera havia vários anos. Disse-lhe que, se um desastre infeliz não tivesse abalado os meus bens - e aqui, diga-se de passagem, exagerei muito, talvez possuísse fortuna suficiente para evitar que nos tivéssemos de separar daquela maneira. Depois falei-lhe nas pessoas que iam estabelecer-se naquelas terras e às quais a Constituição local mandava dar determinada quantidade de terreno, o qual também se podia comprar por um preço tão baixo que nem valia a pena mencionar; enumerei-lhe a natureza das plantações que lá se faziam e acrescentei que bastaria levar duzentas ou trezentas libras de mercadorias inglesas, alguns criados e ferramentas para que um homem trabalhador lançasse os alicerces de uma família e, em poucos anos, possuísse um património.