Em contrapartida, estimam em alto grau a beleza, o vigor e a agilidade como os dons mais agradáveis da natureza. Admitem também como prazeres que contribuem para alegrar a vida os derivados do ouvido, da vista e do olfacto, que a natureza criou unicamente para o homem, pois animal algum, além dele, contempla e se maravilha com a beleza e magnificência do universo, ou se impressiona com os diversos sabores, apenas se apercebendo das diferenças entre os diversos alimentos, ou se apercebe das relações, dissonâncias e discordantes harmonias dos sons.
Usam, no entanto, na fruição destes prazeres o princípio de que um prazer menor não deve impedir o gozo de um maior, e que nunca o prazer seja causa de desprazer ou dor, consequência inevitável de todo o prazer desonesto.
Mas desprezar a beleza, desperdiçar o vigor do corpo, converter a sua agilidade em entorpecimento, consumir e enfraquecer as energias corporais por meio de jejuns, prejudicar a saúde, repelindo as sensações agradáveis da natureza, excepto se o desprezo por estes bens for motivado pelo zelo em procurar o bem-estar