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Capítulo 3: Capítulo 3

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dos outros ou o bem comum, na esperança de alcançar um prazer maior, como recompensa divina, é simples loucura. Fazê-lo por um simples e vão fantasma de virtude, sem que isso a ninguém aproveite, castigar-se a si próprio, para se habituar a suportar com coragem adversidades possíveis, mas que talvez nunca lhe venham a acontecer, fazê-lo, consideram os Utopianos, é uma loucura extrema e o sinal de um espírito cruel, contra si próprio e contra a natureza, como quem desdenha o seu castigo, renunciando e recusando os benefícios que ela lhe concede.

Tal é a teoria dos Utopianos acerca da virtude e do prazer. Pensam que a razão humana não pode conceber teoria mais perfeita, a menos que 'uma revelação divina, caída dos Céus, seja inspirada ao homem.

Se a sua moral é boa ou má, nem o tempo no-lo permite discutir, nem o âmbito da nossa conversa abrange tal coisa, pois decidimos descrever os seus costumes e instituições e não fazer a sua apologia. Mas numa coisa acredito firmemente: sejam as suas leis boas ou más o certo é que em parte alguma encontrei povo mais feliz e uma comunidade mais florescente.

Os Utopianos são ágeis e rápidos, cheios de actividade e mais vigorosos do que se poderia julgar pela sua estatura, que não é muito pequena. Embora o solo da ilha não seja muito fértil, nem a atmosfera muito pura, combatem-na com uma alimentação cuidada e sóbria, corrigindo o solo com um trabalho diligente e uma cultura apropriada, de modo que em nenhum outro país se vêem colheitas mais abundantes, gado mais bem tratado, nem maior duração da vida humana, atacada por um número menor de doenças, além do mais pouco frequentes.

Não só executam com perfeição e diligência todos os trabalhos que normalmente por todo o lado se fazem, para tornar fértil uma terra estéril, como até o povo em massa é utilizado em

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51