.. bagatela! trinta contos de réis: não sabia o que lhe havia de fazer, comprei aquela casa.
BRÁS FERREIRA - Com a breca! é fortuna.
DUARTE - Uma casa linda, nova; saída por três ruas - e tenho quase tudo alugado: - tudo, ainda assim! menos o segundo andar que é o melhor, e para onde podiam ir se eu soubesse. Mas enfim, sempre era um segundo andar.
BRÁS FERREIRA - Que me importa! Os segundos andares em Lisboa é o mais habitável das casas. Vou para lá morar eu para a tal casa.
DUARTE - Que pena que eu tenho! Se tal adivinhasse, não a tinha vendido ontem.
BRÁS FERREIRA - Pois já a vendeste?
DUARTE - É verdade, trinta e três contos: e ainda ganhei... uma bagatela é certo, mas sempre é melhor que perder. E havia seus consertos, suas despesas que fazer.
BRÁS FERREIRA - Consertos numa casa nova?
DUARTE - Eu lhe digo: é que as águas-furtadas tinham sido feitas de empreitada, e bem sabe.