JORGE
- Ontem de tarde, não; mas esta noite começava a raiar-lhe no espírito alguma falsa luz dessa vã esperança. Deus lha deixe, se é para bem seu.
MANUEL
- Porque não há-de deixar? Não é já desgraçada bastante? E Maria, a pobre Maria!… Essa confio no Senhor que não saiba ao menos por ora…
JORGE
- Não sabe. E ninguém lho disse, nem dirá. Não sabe senão o que viu: a mãe quási nas agonias da morte. Mas o motivo, só se ela o adivinhar. Tenho medo que o faça…
MANUEL
- Também eu.
JORGE
- Deus será connosco e com ela! Mas não; Telmo não lhe diz nada por certo; eu ja lhe asseverei - e acreditou-me - que a mãe estava melhor, que tu ias logo vê-la… E assim espero que, até lá por meio do dia, a possamos conservar em completa ignorância de tudo. Depois ir-se-lhe-á dizendo, pouco a pouco, até onde for inevitável.