Frei Luís de Sousa - Cap. 3: Acto Terceiro Pág. 107 / 122

Mas também não posso - Deus me ouve - não posso criminar ninguém por que o acreditasse: as provas eram de convencer todo o ânimo; só lhe podia resistir o coração. E aqui… coração que fosse meu… não havia outro.

TELMO

- Sois injusto.

ROMEIRO

- Bem sei o que queres dizer. E é verdade isso? É verdade que por toda a parte me procuraram, que por toda a parte… ela mandou mensageiros, dinheiro?

TELMO

- Como é certo estar Deus no céu, como é certo ser aquela a mais honrada e virtuosa dama que tem Portugal.

ROMEIRO

- Basta: vai dizer-lhe que o peregrino era um impostor, que desapareceu, que ninguém mais houve novas dele; que tudo isto foi vil e grosseiro imbuste de inimigos de… dos inimigos desse homem que ela ama… E que sossegue, que seja feliz. Telmo, adeus!

TELMO

- E eu hei-de mentir, senhor, eu hei-de renegar de vós, como um vilão que não sou?

ROMEIRO

- Hás-de, porque eu te mando.





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