MARIA
(com entusiasmo)
- Está no céu. Que o céu fez-se para os bons e para os infelizes, para os que já cá da terra o adivinharam! Este lia nos mistérios de Deus; as suas palavras são de profeta. Não te lembras o que lá diz do nosso rei D. Sebastião?… Como havia de ele então morrer? Não morreu (mudando de tom). Mas o outro, o outro… quem é este outro, Telmo? Aquele aspecto tão triste, aquela expressão de melancolia tão profunda… aquelas barbas tão negras e cerradas… e aquela mão que descansa na espada, como quem não tem outro arrimo, nem outro amor nesta vida…
TELMO
(deixando-se surpreender)
- Pois tinha, oh! se tinha…! (Maria olha para Telmo, como quem compreendeu, depois torna a fixar a vista no retrato: e ambos ficam diante dele como fascinados.