Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 56 / 122

No entanto, e às últimas palavras de Maria, um homem imbuçado com o chapéu sobre os olhos levanta o reposteiro da direita e vem, pé ante pé, aproximando-se dos dois, que o não sentem).

CENA II

MARIA, TELMO e MANUEL DE SOUSA

MANUEL

- Aquele era D. João de Portugal, um honrado fidalgo e um valente cavaleiro.

MARIA

(respondendo sem observar quem lhe fala)

- Bem mo dizia o coração!

MANUEL

(desimbuçando-se e tirando o chapéu, com muito afecto)

- Que te dizia o coração, minha filha?

MARIA

(reconhecendo-o)

- Oh, meu pai, meu querido pai! Já me não diz mais nada o coração senão isto. (Lança-se-lhe nos braços e beija-o na face muitas vezes). Ainda bem que viestes; mas de dia!… Não tendes receio, não há perigo já?

MANUEL

- Perigo, pouco. Ontem à noite não pude vir; e hoje não tive paciência para aguardar todo o dia.





Os capítulos deste livro