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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 16

O minorista, ouvida a tradução da quintilha, confundiu o adversário com latim; e, a respeito da filha de João da Laje, continuou:

– Não era possessa; era a paixão que a desnorteava. O Sr. Maurício conhece o morgado de Cimo de Vila?

– Se conheço! Aquele cadete de cavalaria de Chaves que estudou primeiro para frade crúzio, e assentou praça quando ficou senhor da casa por morte do irmão!... Esse rapaz foi para a corte com o pai... foi ele então quem na apaixonou...

– Foi. Há quem os visse no bosque de amieiros da Ínsua, defronte da Granja. O senhor sabe...

– Conheço esse bosque. O meu padre-mestre de latim chamava- lhe a Ilha dos Amores; foi lá que todos os bons latinistas meus condiscípulos leram a Arte de Amar de Ovídio; e o cadete, pelos modos, aplicou as teorias do Sulmonense...

– Não vamos tão longe, Sr. Maurício – emendou o minorista. – O que se diz é que ele passava o Tâmega nas poldras, com a cana de pesca e o cacifro; depois, metia-se na Ínsua, e a Josefa ia lá ter.

– Tudo isso é inocentemente pastoril. Depois ele fazia de Felício, e ela de Florisa, como os pastores de Fernão Álvares d’Oriente, e altercavam os seus queixumes ao som do arrabil... Vamos ao fim do conto: a rapariga, frágil e bonita...

– Devagar – atalhou prudente o moço. – Não inventemos culpas, atidos à lógica dos delitos. É necessário atender aos temperamentos das pessoas, quando não quisermos extremá-las pela virtude.

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Capa do livro Maria Moisés
Páginas: 86
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