Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: Capítulo 3

Página 52

– Saberá que até esta manhã não se dizia nada ao certo. Uns diziam que ela não podia aturar o pai que, com licença de V. S.ªs, é um bêbedo.

– Eu dou licença – disse o cónego rindo.

– Outros – prosseguiu o informador – dizem que lhe subira o flato ao miolo; mas o que por lá corria agora é que ela... Enfim, morreu, acabou-se... Deus lá sabe.

– Mas que é que dizem? – instou o doutor.

– Enfim, V. S.ª manda... O que dizem é que aí pelo Verão ia por lá um fidalgo... O Sr. Antoninho de Cimo de Vila...

– Não queremos saber disso... Misérias, misérias... Vamos embora – atalhou D. Maria Tibúrcia.

– E abandonou-a? – perguntou o cónego.

– Nada; o que dizem é que o fidalgo velho meteu, à conta dela, o filho no Limoeiro, e ela então, isto é o que dizem, atirou-se ao rio. Eu digo o que ouvi, que eu não sei nada... Sim, eu não sei se isto que dizem se assim é nem se não é. Deus lá sabe.

O desembargador foi discorrendo acerca da corrupção dos costumes, que atribuiu a Voltaire, a Rousseau e a Helvetius, posto que nunca os lesse, o que ele confessava com honrada jactância. Deu como prova da corrupção das aldeias um suicídio e uma tentativa de infanticídio no mesmo dia e na área de um quarto de légua. Fez ao propósito reflexões políticas e até proféticas. Previu o advento monstruoso das ideias jacobinas.

<< Página Anterior

pág. 52 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro Maria Moisés
Páginas: 86
Página atual: 52

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 42