Ficaram encantados com as minhas palavras e, assim como não me faltavam, dia e noite, boa companhia: e conversas agradáveis, assim tinha também duas ou três senhoras idosas que me falavam constantemente de assuntos religiosos. Mostrava-me tão condescendente que, embora não aderisse completamente, não tinha escrúpulos em assistir à missa e em imitar todos os seus gestos, depois de mos explicarem. Mas não me rebaixei em demasia e, por isso, só nos pontos principais as encorajei a esperar que professaria a fé católica romana se me ensinassem a doutrina, como diziam.
Fiquei nessa mansão cerca de seis semanas, findas as quais a minha amiga me conduziu a uma aldeia que ficava umas seis milhas antes de Liverpool e onde o irmão, como ela lhe chamava, foi visitar-me na sua carruagem pessoal, em grande estadão e com dois lacaios vestindo boas librés. Mal chegou, começou a cortejar-me. Seria lógico pensar, como eu própria pensei, que não me ludibriariam, tendo, como tinha, um bom trunfo em Londres, do qual estava decidida a só me desfazer se resolvesse a minha situação muito vantajosamente. Mas este irmão da minha amiga era, segundo todas as aparências, um partido digno da minha atenção, com um rendimento avaliado, no mínimo, em mil libras por ano, que a irmã dizia ser de mil e quinhentas libras e provir, na sua maior parte, da Irlanda.