- E faça o favor, senhor guarda, de perguntar o nome daquele miserável! - conclui, indignada, apontando o homem.
O guarda repreendeu-o decentemente, disse-lhe que não sabia o que fazia, pois o patrão admitira não ter sido eu a pessoa que estivera na loja, «e receio muito que o seu patrão esteja a arranjar trabalhos para ele e para mim, se esta senhora provar quem é e onde estava, pois parece não ser a mulher que pretendem».
- Diabos a levem - replicou o atrevido, brutalmente -, pode ter a certeza de que é ela! Jurarei que é a mesma criatura que esteve na loja e a quem entreguei as peças de cetim que desapareceram. Verá o que dizem Mr. William e Mr. Anthony (eram outros caixeiros) quando voltarem. Reconhecê-la-ão como eu.
Precisamente quando o insolente patife assim falava, entraram Mr. Wtlliam e Mr. Anthony, como ele lhes chamara, no meio de grande alarido e arrastando consigo a verdadeira viúva que queriam que eu fosse. Irromperam pelo estabelecimento a suar e a bufar, empurrando, triunfantes e brutais, a pobre criatura na direcção do fanqueiro, que estava no fundo da loja, e gritando:
- Cá está a viúva, senhor! Conseguimos apanhá-la.
- Que querem dizer? - perguntou o homem, aparvalhado. - A viúva já cá está, é aquela ali sentada... Mr.... diz poder jurar que é ela.
O outro homem, aquele a quem chamavam Anthony, replicou:
- Mr.... pode dizer o que quiser e jurar o que lhe apetecer, mas a mulher é esta e aqui está o resto do cetim que ela roubou. Tirei-lho das roupas, com as minhas próprias mãos.
Deixei-me estar quieta e comecei a ganhar coragem, mas sorri e não disse nada. O fanqueiro empalideceu e o guarda voltou-se e olhou-me.