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Capítulo 2: A vida amorosa de Moll Flanders

Página 257
- Deixe-os continuar, senhor guarda, deixe-os continuar... - aconselhei-lhe.

O caso era evidente e inegável e por isso o guarda tomou conta da verdadeira ladra. Por sua vez, o fanqueiro afirmou-me delicadamente lamentar o equívoco e esperar que não levasse a mal, pois aconteciam-lhes todos os dias tantas coisas daquela natureza que não podiam deixar de se mostrar ciosos de justiça.

- Espera que não leve a mal! - exclamei. - Como quer que o leve a bem? Se me tivesse deixado partir em paz quando o insolente do seu empregado me agarrou na rua e trouxe aqui e quando o senhor mesmo admitiu não ser eu a pessoa em questão, teria esquecido o incidente e não o levaria a mal, tomando em consideração os muitos percalços que acre- dito lhes acontecem todos os dias; mas a maneira como depois me tratou foi indesculpável e muito pior ainda a do seu empregado. Devo e hei-de receber a devida compensação pelo enxovalho!

Tentou então parlamentar comigo, afirmando-se disposto a dar-me qualquer satisfação razoável e rogando-me lhe dissesse o que esperava. Repliquei-lhe que não seria o meu próprio juiz, que a lei decidiria por mim, pois, como seria levada à presença de um magistrado, o informaria do que tinha a dizer. Respondeu-me não haver agora motivo para ser levada à presença de nenhum magistrado, que estava livre para ir para onde quisesse e, voltando-se para o guarda, disse-lhe que podia deixar-me partir, pois nada havia contra mim.

- Senhor, perguntou-me há pouco se era um guarda ou um juiz de paz, ordenou-me que cumprisse o meu dever e confiou-me esta senhora, como prisioneira - replicou o guarda, calmamente. - Verifico, senhor, que não sabe qual é o meu dever, pois agora quer atribuir-me o de juiz, o que me é impossível aceitar.

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Capa do livro A Vida Amorosa de Moll Flanders
Páginas: 359
Página atual: 257

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
A vida amorosa de Moll Flanders 7