Disse-lhe que a amava perdidamente, mas não consegui que acreditasse na minha sinceridade.
- Como querias que acreditasse? - admoestou-o a mãe. - Ninguém com juízo acreditaria que eras sincero ao falar dessa maneira a uma pobre rapariga cujas circunstâncias por de mais conheces.
E acrescentou, severamente:
- Mas, filho, se nos dizes que não conseguiste convencê-la da tua sinceridade, que devemos nós acreditar? Divagas tanto na tua maneira de falar que nunca sabemos se falas tom sinceridade ou a brincar. Mas, como verifiquei, pela tua própria confissão, que a rapariga me respondeu com a verdade, desejo que procedas de igual modo e me digas seriamente se há ou não alguma coisa. És sincero ou não? Estás deveras enamorado ou não? A pergunta é importante, filho, e desejaria que tivesses isso em conta ao responder.
- Por minha fé, mãe, é inútil continuar a brincar ou dizer mais menti- raso Sou sincero, tão sincero como um homem que vai ser enforcado, e se Mrs. Betty dissesse que gostava de mim e me aceitaria por marido, recebê-la-ia amanhã de manhã, em jejum, e diria: «Para proteger e amar», em vez de tomar o pequeno-almoço!
- Nesse caso, perdeu-se um filho - disse a mãe em tom lastimoso, como se deveras o tivesse perdido.
- Espero que não, senhora - replicou Robin. - Nenhum homem está perdido quando uma boa esposa o encontra.
- Mas, filho, ela é uma pedinte!
- Nesse caso, minha mãe, mais precisa ainda de caridade. Tirá-la-ei das mãos da paróquia e mendigaremos juntos, eu e ela.
- Não se deve brincar com essas coisas, filho - admoestou-o a mãe.
- Não estou a brincar, senhora - afirmou Robin. - Viremos mendigar o seu perdão, minha mãe, e a sua bênção e a do meu pai.
- Que loucura, filho! Se é verdade o que dizes, estás arruinado.