- Receio que não, minha mãe, pois temo que ela não me aceite. Não obstante todas as alfinetadas e ditinhos da minha irmã, creio que nunca conseguirei convencê-la a aceitar-me.
- Ora, mano, palavras! - comentou a mais nova das meninas. - Mrs. Betty, apesar de doente, não perdeu o siso, não é nenhuma idiota. Ou julgarás que aprendeu a dizer «não» melhor que as outras pessoas?
- Não, Mrs. Espertinha, Mrs. Betty não é idiota - concordou Robin. -, Mas pode ter outros compromissos, não te parece?
- Não, não creio que os tenha - declarou a mais velha. - Quem seria, nesse caso? Ela nunca sai... Teria de ser um de vocês.
- Não sei nada a tal respeito - ripostou Robin. A mim já me interrogaram o suficiente; agora é a vez do meu irmão. Se teria de ser um de nós, experimentem interrogá-lo a ele.
O primogénito prestou atenção e concluiu que Robin devia ter descoberto qualquer coisa. 'No entanto, respondeu, sem aparentar a mínima perturbação:
- Por favor, não atires as tuas histórias para cima de mim; afirmo-te que não são a minha especialidade. Não tenho nada a dizer acerca de Mrs. Betty nem de todas as Mrs. Bettys da paróquia. - E com isto levantou-se e saiu.
- Não, atrevo-me a responder pelo meu irmão - declarou a mais velha. - Ele conhece o mundo, não cairia nessa.
A discussão terminou aqui, mas deixou o primogénito perplexo. Chegou à conclusão de que o irmão descobrira tudo e começou a pensar se eu contribuíra ou não para isso. Mas, apesar de toda a sua astúcia, não conseguiu arranjar pretexto para comunicar comigo. Por fim sentiu-se tão in- trigado e desesperado que resolveu procurar-me no meu quarto, acontecesse o que acontecesse. Um dia, depois do jantar, ao ver a irmã mais velha subir a escada, correu atrás dela e chamou-a:
- Ouve cá, mana, onde está essa doente? Não é possível vê-la?
- Bem, creio que tu podes vê-la - respondeu-lhe a irmã.