Viu os olhos do jovem fitos em March, olhos firmes, decididos, quase que transparentes, o rosto iluminado por um sorriso impercetível, mais adivinhado do que real. Ela não percebia como é que ele podia estar a sorrir, pois as suas feições afetavam uma imobilidade de estátua. Tal parecia provir do brilho, quase que do fulgor que dimanava da fina barba daquelas faces. Então, ele olhou finalmente para Banford, mudando sensivelmente de expressão.
- Não tenho dúvidas - disse, na sua voz suave, cortês - de que você é a bondade em pessoa. Mas é demasiada generosidade da sua parte. Bem sei que isso seria um grande incómodo para si.
- Corta um bocado de pão, Nellie - disse Banford, algo constrangida. E acrescentou: Não é incómodo nenhum, pode ficar à vontade. É como se tivesse aqui o meu irmão a passar alguns dias. Ele é quase da sua idade.
- É demasiada bondade da sua parte repetiu o rapaz. - Terei todo o gosto em ficar se estiver certa de que não incomodo.
- Não, não incomoda nada. Digo-lhe mais: é mesmo um prazer ter aqui alguém para nos fazer companhia - respondeu a bondosa Banford.
- E quanto a Miss March? - perguntou ele com toda a suavidade, olhando para ela. - Oh, por mim não há problema, está tudo bem - respondeu March num tom vago, abstrato.
O rosto radiante, ele quase esfregou as mãos de satisfação.
- Bom - disse -, nesse caso, terei todo o gosto em ficar, isto se me permitirem que pague a minha despesa e as ajude com o meu trabalho.
- Não precisa de pagar, isto aqui não é pensão - atalhou Banford.
Passado um dia ou dois, o jovem continuava na quinta. Banford estava encantada com ele. Sempre que falava, fazia-o de uma forma suave e cortês, nunca querendo monopolizar a conversa, preferindo antes ouvir aquilo