A Cidade e as Serras - Cap. 10: CAPÍTULO X Pág. 187 / 238

O clarim dos galos soava claro e altos. E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas lavadas e lustrosas um frémito alegre e doce.

- Sabes o que. eu estava pensando, Jacinto?... Que te aconteceu aquela lenda de Santo Ambrósio... Não, não era Santo Ambrósio. Não me lembra o santo. Ainda não era mesmo santo, apenas um cavaleiro pecador, que se enamorara de uma mulher, pusera toda a sua alma nessa mulher, só por a avistar a distância na rua. Depois, uma tarde que a seguia, enlevado, ela entrou num portal de igreja, e aí, de repente, ergueu o véu, entreabriu o vestido, e mostrou ao pobre cavaleiro o seio roído por uma chaga! Tu também andavas namorado da serra, sem a conhecer, só pela sua beleza de Verão. E a serra, hoje, zás! de repente, descobre a sua grande chaga. É talvez a tua preparação para S. Jacinto.

Ele parou, pensativo, com os dedos nas cavas do colete: - É verdade! Vi a chaga! Mas enfim, esta, louvado seja Deus, é uma chaga que eu posso curar!

Não desiludi o meu Príncipe. E ambos subimos bem alegremente a escadaria do casarão.





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