Perto do lugar onde estava enterrado havia os restos de um casco que me parecia ser do escaler de um navio. Já devia estar ali há muito tempo, pois mal se reconhecia o cavername da embarcação.
»Júpiter agarrou, pois, no pergaminho, embrulhou nele o escaravelho e entregou-mo. Pouco depois viemos para casa e no caminho encontrei o tenente a quem mostrei o insecto e que me pediu para o levar com ele para o forte. Aquiesci, e ele meteu-o no bolso sem o pergaminho em que estava embrulhado e que eu tinha na mão. Talvez ele receasse que eu mudasse de ideias e quis discutir imediatamente o preço - sabes como ele se entusiasma com as coisas da história natural. Nessa altura, distraído, eu devo ter metido o pergaminho no bolso.
»Recordas-te que quando fui fazer o desenho não encontrei papel na mesa. Procurei na gaveta e também não encontrei lá nada. Revistei os bolsos a ver se tinha lá alguma carta velha, e foi então que descobri o pergaminho. Conto-te os pormenores de como o pergaminho me veio parar às mãos porque as circunstâncias me impressionaram profundamente.
»Não duvido que me consideres um lunático, mas o certo é que já estabelecera uma espécie de ligação. Já conseguira unir dois elos de uma grande cadeia. Havia um barco na praia, não longe do barco havia um pergaminho (e não um pedaço de papel) com uma caveira desenhada. É claro que me perguntarás 'onde está a relação?' Respondo-te que a caveira é o célebre emblema dos piratas. O pavilhão com a caveira é sempre hasteado em todos os combates.
»Já te disse que se tratava de pergaminho e não de papel. O pergaminho é um material resistente, quase indestrutível. Raramente se escrevem no pergaminho coisas de pouca importância, porque para os usos vulgares do desenho e da escrita presta-se muito pior que o papel.
