O Escaravelho de Ouro - Cap. 1: O escaravelho de ouro Pág. 7 / 38

Massa Will diz que não tem nada. Mas então po' que é que anda semp' e assim, de cabeça pa' a baixo e b'anco como a cal da pa'ede? E depois 'tá sernp'e a faze' ga'atujas...

- A fazer o quê, Júpiter?

- Gàatujas na adósia, as ga'atujas mais esquisitas que já vi. 'tou assustado, é o que lhe digo. E tenho de anda' sernp'e de olho nele, isso é que tenho. Out' o dia fugiu-me antes do nasce' do Sol e andou po' fo' a todo santo dia. Eu tinha um pau p'onto pa'a lhe da' uma ta'eia quando ele chegasse, pa'a lhe ti'a' o diabo do co'po, Mas fui tão tolo que não tive co'agem ao vê-lo tão t'iste, tão t'iste.

- Eh? Quê? .. Ah, sim. O melhor é não seres muito severo com o pobre tipo, Júpiter. Não lhe batas que ele pode não aguentar. Mas não fazes ideia do que causou essa doença ou, melhor, essa mudança de atitude? Aconteceu alguma coisa má desde que eu lá estive?

- Não, Massa, não aconteceu mal nenhum desde essa altu' a. Foi antes, acho eu... no p'óp'io dia em que lá 'teve. - Como? Que queres dizer com isso?

- Que' o dize' o esca' avelho.

- O quê?

- O esca' avelho. Tenho a ce'teza que Massa Will foi mo'dido na cabeça po' esse esca' avelho de ou' o.

- E que te leva a dizer isso?

- Tem ga' as que cheguem e boca também. Eu nunca vi um ca' ocho como aquele... mo'de e a'anha tudo o que se chega a ele. Massa Will tinha-o agàado, mas teve de làgá-lo logo, essa lhe gàanto; deve te' sido aí que ele lhe mo'deu. Eu não gostei do à da boca do bicho, e não quis aga'ã-lo com os dedos, não. Agà ei-o com um pedaço de papel que encont' ei. Emb'ulhei-o num papel e meti-lhe um bocadinho na boca; foi assim que fiz.

- E então pensas que o teu amo foi mordido pelo escaravelho e que foi isso que o pôs doente?

- Não penso nada, tenho a ce'teza.





Os capítulos deste livro