»Não era um novo terror que assim me afectava, mas antes o alvorecer de uma esperança mais excitante. Tinha ela origem, por um lado, na memória, e por outro na observação actual. Recordei a grande quantidade de objectos flutuantes que juncavam a costa de Lofoten, depois de terem sido engolidos é expelidos pelo moskoeström. A grande maioria das coisas surgia estilhaçada do modo mais extraordinário - todas elas tão laceradas e desbastadas que chegavam a parecer cobertas de esquirolas -, mas, por outro lado, lembrei-me distintamente de que havia algumas nada desfiguradas. Ora, eu não podia explicar essa diferença a não ser supondo que os fragmentos desbastados eram os únicos que tinham sido completamente tragados, enquanto os outros tinham entrado no turbilhão num período tão adiantado da maré ou, por qualquer razão, tinham descido tão lentamente após a entrada, que não atingiam o fundo antes de o virar do fluxo ou do refluxo, consoante o caso. Fosse como fosse, considerei possível que pudessem ser novamente precipitados a redemoinhar até ao nível do oceano sem sofrer o destino dos que tinham sido engolidos mais cedo ou absorvidos mais rapidamente.